O céu sempre atraiu a atenção e os sonhos do homem. Há duzentos anos,
em uma famosa obra de ficção intitulada "De la Terre à la Lune"
(1865), Júlio Verne escreve sobre um grupo de homens que viajou até a Lua
usando um gigantesco canhão. Na França, Georges Melies foi um dos pioneiros do
cinema, e em seu filme "Le Voyage dans la Lune" (1902) acabou criando um dos primeiros filmes
de ficção científica em que descrevia uma incrível viagem à Lua. Exploração
espacial é o conjunto de esforços do homem em estudar o espaço e seus astros do
ponto de vista científico e da sua exploração econômica, fazendo o uso de naves
espaciais, satélites artificiais ou sondas espaciais. Muitas vezes é feito o uso de humanos em missões: Os astronautas, como são chamados nos Estados
Unidos, cosmonautas como são chamados na Rússia e taikonautas como são chamados
na China. Os dois
maiores astrônomos da antiguidade foram Hiparco e Ptolomeu. Estas
primeiras observações astronômicas eram feitas totalmente a olho nu e,
portanto, limitadas.
A invenção do telescópio deu maior impulso à observação do
céu. Astecas,
chineses, indianos e outras civilizações como a Mesopotâmia, e povos como os
gregos e os árabes registraram ao longo da história diversos eventos celestes,
como eclipses solares e lunares. Foram efetuadas medidas dos astros e de suas
órbitas principalmente com o objetivo de manter calendários precisos. Uma nave espacial,
astronave ou espaçonave é um veículo para viagens interplanetárias, com
capacidade de viajar pelo espaço exterior. Um recurso
literário comum neste gênero é o do sistema de propulsão super-luz (mais rápido
que a velocidade da luz), como o "motor de dobra, ou a viagem através do
"hiperespaço", embora algumas naves estelares tenham equipamentos
próprios para jornadas com séculos de duração, no caso de viagens sub-luz.
Outros projetos propõem maneiras de acelerar a nave a velocidades próximas à da
luz, o que permitiria uma viagem relativamente "rápida" (isto é,
décadas, não séculos) para as estrelas vizinhas. Desta forma, iriamos se aproveitar da dilatação
do tempo prevista pela teoria da relatividade. Algumas das
naves mais conhecidas já lançadas ao espaço:
Luna 2 - Impacto na superfície da Lua, 1959
(USSR)
Luna 3 - Primeiras fotos do lado oculto da
Lua, 1959 (USSR)
Mariner 2 - A
primeira passagem bem sucedida por Vênus , em Dezembro de 1962; transmitiu
informações que ajudaram a confirmar que Vênus é um astro muito quente (800
graus Fahrenheit, atualmente corrigido para 900 graus F), com uma atmosfera
coberta de nuvens compostas basicamente de dióxido de carbono.
Mariner 3 - Lançada a 5 de novembro de 1964, perdeu-se ao
entrar no espaço interplanetário por falha do escudo protetor. A sonda deixou de transmitir quando suas
baterias se esgotaram. Sua missão
original era voar ao redor de Marte com a Mariner 4.
Mariner 4 - A
sonda-irmã da Mariner 3, atingiu Marte em 1965, obtendo as primeiras imagens em
close da superfície do planeta (22 ao todo). Muitos cientistas concluíram dessa
varredura preliminar que Marte é um mundo "morto", tanto biológica
quanto geologicamente.
Mariner 9 - Irmã
da Mariner 8, que fracassou no lançamento, tornou-se o primeiro engenho
espacial a voar ao redor de Marte, em 1971. Transmitiu informações sobre o
Planeta Vermelho que nenhuma outra sonda antes havia obtido, revelando grandes
vulcões na superfície marciana, bem como gigantescos canyons, e indícios de que
já houve água na superfície do planeta. A sonda também obteve as primeiras
imagens em close das duas pequenas luas de Marte, Fobos e Deimo.
Apollo - 6
Vôos tripulados à superfície da Lua e retorno de amostras, 1969 - 72.
Luna 16 -
Retirada automática de amostras do solo da Lua e retorno à Terra, 1970 (USSR)
Pioneer 10 - Foi a primeira sonda a passar
próximo a Júpiter, em 1973. Pioneer 11 foi enviada para acompanhá-la, em 1974,
continuando depois com destino a Saturno , tendo sido a primeira nave a estudar
este planeta, em 1979. As sondas Pioneer foram projetadas para testar a
capacidade de uma nave para sobreviver à passagem através do cinturão de asteróides
e da magnetosfera de Júpiter. Não foi difícil atravessar o cinturão de
asteróides, mas as sondas por pouco não foram "fritadas" por íons
aprisionados no campo magnético de Júpiter. Essa informação foi crucial para o
sucesso das missões Voyager. Ainda estamos rastreando ambas as naves,
elas estão penetrando no espaço interestelar - a primeira façanha dessa
natureza já realizada pelo homem.
Mariner 10 - Usou
Vênus como apoio gravitacional para lançar-se em direção a Mercúrio , em 1974.
A sonda transmitiu as primeiras imagens em close da atmosfera venusiana em
ultravioleta, revelando detalhes ainda desconhecidos da cobertura de nuvens,
mostrando, além disso, que todo o sistema de nuvens faz uma volta completa em
torno do planeta a cada quatro dias terrestres. A sonda revelou Mercúrio , coberto
de crateras com uma massa muito maior do que se pensava. Isso pareceria indicar
que Mercúrio tem um núcleo de ferro que constitui 75% de todo o planeta.
Venera 7 - A primeira sonda a transmitir dados da
superfície de outro planeta (Vênus) em 1970.
Venera 8 -
Pouso suave em Vênus , fotos da superfície, em 1975. Essa foi a
primeira nave espacial a pousar na superfície de outro planeta.
Pioneer
Vênus - Nave orbitante e quatro sondas atmosféricas; fez o primeiro mapa de
alta qualidade da superfície de Vênus em 1978.
Viking 1 -
Foi lançada do Cabo Canaveral, Flórida, a 20 de agosto de 1975, acoplada a um
foguete Titã. A sonda entrou em órbita de Marte a 19 de junho de 1976, e o
lander desceu nas encostas ocidentais de Chryse Planitia a 20 de julho de 1976.
Logo começou sua procura de micro-organismos marcianos (ainda hoje se discute
se as sondas teriam ou não encontrado vida em Marte), e enviou para a Terra
incríveis imagens a cores do cenário à sua volta. Foi através delas que os
cientistas viram que o céu de Marte tinha uma cor rosada, e não azul escuro
como eles pensavam anteriormente. A cor rosa da atmosfera é o reflexo da luz
solar nas partículas de poeira avermelhadas da atmosfera rarefeita. O Lander
desceu num local de areia vermelha e matacões, que se estendia até onde suas
câmeras podiam alcançar.
Viking 2 - Foi lançada em 9
de Setembro de 1975, entrando em órbita marciana em 7 de Agosto de 1976. O
lander desceu em 3 de Setembro de 1976, na planície de Utopia. Realizou
basicamente as mesmas tarefas da sonda anterior, exceto que desta vez o
sismômetro funcionou, registrando um tremor de terra no planeta.
Voyager 1 - Foi lançada a 5 de Setembro de 1977, e
passou por Júpiter a 5 de Março de 1979 e por Saturno a 13 de Novembro de 1980.
A Voyager 2 foi lançada a 20 de Agosto de 1977 (antes da Voyager 1), passando
por Júpiter a 7 de Agosto de 1979, por Saturno a 26 de Agosto de 1981, por
Urano a 24 de Janeiro de 1986 e por Netuno a 8 de Agosto de 1989.
Voyager 2 - Tirou
vantagem de um alinhamento de rara ocorrência (a cada 187 anos), para se projetar
de um planeta para outro. Entre as duas missões Voyager, nosso conhecimento dos
quatro planetas gigantes, seus satélites e anéis, aumentou consideravelmente.
As Voyager 1 e 2 descobriram que Júpiter apresenta complexos fenômenos
atmosféricos, relâmpagos e auroras. Três novos satélites foram descobertos.
Duas grandes surpresas: Júpiter tem anéis e Io tem vulcões ativos, com
significativos efeitos na magnetosfera joviana. Quando as sondas chegaram a
Saturno, elas descobriram mais de 1000 pequenos anéis e 7 satélites, inclusive
os satélites pastores previstos, responsáveis pela estabilidade dos anéis. O
clima era ameno, comparado com o de Júpiter: Jatos de vapor com variação mínima
(o ciclo de 33 anos da grande mancha /faixa branca é conhecido). A atmosfera de
Titã era nevoenta. A aparência de Mimas foi surpreendente: Uma maciça cratera
de impacto dava-lhe a aparência de Estrela da Morte. A grande surpresa aqui foi
o estranho aspecto dos anéis. Trançados, rugas e raios eram tão inesperados
quanto inexplicáveis.